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A assembleia geral convocada pelo Sindisaúde-RS e pela ASERGHC lotou o auditório do prédio da administração do GHC nesta segunda-feira, 22. Trabalhadores(as) compareceram em peso para deliberar e votar a proposta da direção do Grupo que finalmente atendeu às demandas e reivindicações históricas da categoria. A partir de fevereiro entra em vigor a jornada de 180h mensais sem redução dos salários.
Luciana Almeida, representante da Comissão das 180h, falou que estava emocionada com a vitória: “Passa um filme pela nossa cabeça… a gente estava bem desacreditada. Foi árduo, mas tenho certeza que se precisasse, faríamos tudo outra vez. Quero dizer para vocês que esse é só o começo. A gente ainda tem muita luta pela frente. Nós temos deveres com certeza, mas eles estão se esquecendo dos nossos direitos! Vamos continuar organizados, brigando todos os dias! Nosso direito é nosso! 180h já!”
Outro representante da Comissão, André Almeida, também falou sobre a continuidade da luta dos(as) higienizadores(as). André lembrou dos companheiros que começaram a luta, mas que foram perseguidos, assediados e demitidos: “Eles não estão com a gente hoje, mas estão nessa vitória“. André também agradeceu pela união de todos(as), por cada Café na Luta, cada reunião, cada viagem à Brasília. Falou também das próximas reivindicações: “A higienização precisa melhorar, a gente precisa escolher os supervisores. A nossa gestão deve ser qualificada para melhorar nossa categoria. A gente é o braço e a supervisão tem que ter o olhar lá na frente”. E concluiu: “Muita gente não acreditou, mas as 180 horas chegaram!”.
O diretor da ASERGHC, Valmor Guedes, falou que este era um momento muito emocionante e relembrou o processo histórico de construção da luta pelas 180h lembrando as intensas campanhas contra a terceirização do trabalho dos(as) higienizadores(as). “Esse é um dos nossos mantras: somos contra a terceirização do serviço público. O serviço essencial de saúde precisa ser prestado de forma qualificada e a melhor forma de qualificar é com a mão-de-obra própria”. O diretor também acusou e chamou de irresponsável o uso político da pauta das 180h e o enfraquecimento da luta coletiva dos(as) trabalhadores(as): “Não existe protagonismo individual em uma luta da classe trabalhadora. A conquista sempre vai ser coletiva. A conquista é fruto da luta coletiva através das entidades organizadas e dos trabalhadores organizados que elegeram essa Comissão.”
O advogado Renato Paese também usou sua fala para afirmar que esta é uma reparação histórica: “Hoje é uma correção histórica que os trabalhadores estão obtendo. O hospital errou quando terceirizou a higienização há mais de uma década. A força política das entidades, da ASERGHC e do Sindisaúde-RS, que denunciou e participou da luta, sendo pressionados e processados por isso, obteve uma vitória que foi resgatar o cargo ligado à higienização como emprego público concursado. Aí veio o segundo erro da administração: contratar esses trabalhadores com uma carga horária diferente daqueles outros que lá estavam. Esse segundo erro hoje está sendo reparado. Foram inúmeras reuniões e movimentos, lutas, e hoje se obteve. Confesso que desde 1989, a ASERGHC e o Sindisaúde-RS sendo assessorados por nós, não lembro de um acordo coletivo com redução da jornada sem redução do salário. Essa é uma vitória muito grande. Essa vitória só vai engrandecer a categoria dos trabalhadores da saúde como um todo e especialmente os auxiliares da higienização, que a partir das novas vagas, vão representar 10% dos trabalhadores do GHC.”
No final das falas, o diretor da ASERGHC, Arlindo Ritter destacou o trabalho da comissão das 180h. Ele reafirmou que o trabalho da Comissão foi fundamental, que o Sindisaúde-RS e a ASERGHC são apenas instrumentos, mas se não fosse a Comissão essa vitória não teria sido possível. Arlindo relembrou o processo histórico desta conquista: “Na época do Temer, na gestão Bolsonaro, houve muita perseguição. Agora abriu o diálogo, mas não importa o governo, o que importa somos nós aqui. Trabalhador tem lado, nosso lado é a luta!”.
O diretor agradeceu também o apoio fundamental do vereador Roberto Robaina, da deputada estadual Luciana Genro e da deputada federal Fernanda Melchionna. Lembrou dos compromissos políticos firmados em uma aliança pelas 180h que uniu PSOL e PT. “Demorou, mas saiu… Estamos corrigindo um erro histórico. Mas não foi a diretoria do GHC que corrigiu, foi a luta de vocês, da Comissão, dos(as) trabalhadores(as). Parabéns! Primeiro de fevereiro, vida nova! Jornada nova!“