Higienizadores lotam auditório e pressionam gestão do GHC pelas 180 horas e pelo fim do assédio moral - Aserghc

Higienizadores lotam auditório e pressionam gestão do GHC pelas 180 horas e pelo fim do assédio moral

Participe do abaixo-assinado dos trabalhadores da Higienização pelas 180h
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A luta histórica dos higienizadores pela equiparação da carga horária com as demais categorias do GHC teve um importante capítulo nesta quarta-feira (6). Um grupo de dezenas de trabalhadores, com representantes de todos os hospitais, apresentou formalmente a pauta de reinvindicações da categoria ao diretor presidente Claudio Oliveira e outros representantes da gestão do Grupo.

O encontro, mediado pelo presidente da ASERGHC Arlindo Ritter, seria realizado em uma sala de reuniões no quinto andar do prédio administrativo do GHC. Com a presença de dezenas de higienizadores, a reunião aconteceu no auditório Jahyr Boeira de Almeida. O presidente do Sindisaúde-RS Julio Jesien acompanhou o grupo e contribuiu na condução da reunião.

Trabalhadores usaram máscaras com a mensagem “180 horas já”

A partir da auto organização dos higienizadores, a ASERGHC questionou a gestão do Grupo a respeito da inclusão da redução da carga horária de 220 para 180 horas no novo Plano de Empregos, Cargos e Salários da instituição, um compromisso firmado na gestão anterior. Em resposta à associação, a gestão informou que a regulamentação das 180h está prevista no plano apresentado ao Ministério da Saúde e à Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST) do governo federal. A gestão ressaltou que nenhum dos dois órgãos solicitou quaisquer alteração sobre o tema dentro do plano, portanto, é esperada a aprovação da redução da carga horária sem prejuízo salarial.

O presidente Arlindo Ritter entregou à gestão uma cópia do relatório produzido por uma antiga comissão de trabalhadores e a ASERGHC, em 2015, a partir de um estudo técnico sobre a viabilidade da jornada de 180 horas.

Trabalhadora Leda Pedroso entregou abaixo assinado para o diretor presidente Claudio Oliveira

Representando a Higienização, a trabalhadora Leda Pedroso entregou as centenas assinaturas recolhidas em apoio à jornada de 180 horas, e expôs a urgência da categoria para estancar a sobrecarga de trabalho. A higienizadora também cobrou ações concretas da gestão para combater as perseguições e práticas de assédio moral recorrentes das categorias consideradas subjetivamente “superiores” aos higienizadores. . Outros trabalhadores manifestaram sua indignação diante de casos graves como a situação denunciada no Hospital Cristo Redentor em novembro de 2021.

Da esquerda para a direita: Claudio Oliveira, Arlindo Ritter, Julio Jesien e Leda Pedroso.

Diariamente as higienizadoras e higienizadores enfrentam o adoecimento da categoria causado pela sobrecarga de trabalho. Muitos reclamam de ser chamados por seus próprios colegas da saúde de “faxineiros”, e relatam que há finais de semana em que dois higienizadores ficam responsáveis pela limpeza de áreas hospitalares com 60 quartos e alas administrativas. A diretora de comunicação da ASERGHC Carine Fernandes destacou que não há um mecanismo justo de análise dos casos de assédio moral, e que na maioria dos casos a versão da “verdade” do trabalhador “superior” prevalece em relação à versão dos higienizadores sobre os fatos, além de não existir um espaço de escuta e cuidado para os trabalhadores assediados.

A gestão do GHC explicou que embora haja a tendência da aprovação do Plano de Empregos, Cargos e Salários por parte da SEST, o prazo legal para este tipo de alteração nas empresas estatais se esgotou em 2 de abril, devido ao período pré-eleitoral em um ano de troca de governo federal. Portanto, os gestores esperam que o plano seja aprovado no início de 2023, a partir da posse de gestores definitivos na SEST para um novo mandato. Segundo o GHC, no novo plano os higienizadores serão enquadrados no Nível 2, com salário inicial de R$ 1.535,40 (R$ 8,53 valor hora), com jornada semanal de 180 horas. A ASERGHC vai solicitar formalmente o acesso ao Plano na íntegra, para avaliar as alterações proposta para as demais categorias.

O diretor Claudio Oliveira reafirmou que a prática do assédio moral não é estimulada pela gestão. Diante da necessidade de combater a intimidação dos trabalhadores, as entidades sindicais, os gestores e higienizadores presentes concordaram em organizar reuniões abertas nos hospitais para conscientizar todos os profissionais.

Nos próximos dias os trabalhadores se reunirão para discutir o movimento pelas 180 horas, pois a mobilização deve seguir até a conquista definitiva da regulamentação a nova jornada de trabalho. O abaixo assinado virtual segue disponível para novos apoios de trabalhadores (acesse clicando aqui).

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