Higienização lota plenário para pressionar pelas 180h na ALRS - Aserghc

Higienização lota plenário para pressionar pelas 180h na ALRS

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Higienizadores compareceram em peso na audiência pública da Frente Parlamentar em Defesa dos Trabalhadores da Saúde, no entanto, nenhum gestor do GHC esteve presente para o debate.

A audiência pública desta segunda-feira, convocada pela deputada estadual Luciana Genro (PSOL), contou com forte presença dos Técnicos de Higienização Hospitalar do GHC no plenarinho da Assembleia Legislativa. Além dos representantes da comissão de higienizadores(as), Luciana de Almeida Silva e André Almeida, e dos dirigentes sindicais Arlindo Ritter (presidente da ASERGHC e diretor do Sindisaúde-RS) e Graziela Palma (vice-presidente da ASERGHC e do Sindisaúde-RS), a audiência contou com a própria deputada Luciana Genro, a deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL) e o vereador de Porto Alegre Jonas Reis (PT).

O diretor-presidente do Grupo Hospitalar Conceição Gilberto Barrichello não compareceu e tampouco indicou outro gestor(a) para participar, embora anteriormente tenha aceito o convite diante dos trabalhadores(as).

A presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Trabalhadores da Saúde, Luciana Genro, abriu a audiência contextualizando longa pauta de reivindicações dos higienizadores. Em seguida a trabalhadora Luciana de Almeida Silva, denunciou a exaustão dos higienizadores diante da sobrecarga constante de trabalho, que muitas vezes são responsáveis pela higienização de mais de um setor.

“Há trabalhadores que usam medicação para desempenhar o trabalho, seja para estimular o corpo e aguentar a carga de trabalho ou amenizar situações de sofrimento mental” – desabafou Luciana Silva.

O presidente Arlindo Ritter resgatou a história da superbactéria que surgiu no Grupo em 2012, agravada devido à terceirização da responsabilidade da higienização hospitalar. “O desvio de verba pública no início dos anos 2010 seria suficiente para repor o quadro pessoal da higienização defasado de hoje. É necessário ir à SEST , ou ainda outros órgãos responsáveis. A portaria que impede a contratação de novos trabalhadores pode ser revertida, basta vontade política do governo federa”, lembrou Arlindo, que cobrou a presença de gestores do GHC na audiência.

Graziela Palma parabenizou os higienizadores presentes pois muitos trabalharam durante a noite de hoje e ficaram no hospital para poder participar da reunião. A vice-presidente da ASERGHC e do Sindisaúde-RS destacou que são os higienizadores os trabalhadores(as) que mais necessitam se afastar do local de trabalho para cuidar da saúde mental e tratar e amenizar o desgaste físico em seus corpos.

-“Em 2015 a desterceirização foi feita goela abaixo. As 220 horas foram impostas, e nem sequer o uniforme foi pensado de forma adequada, a infraestrutura, muito menos o dimensionamento. Já são oito anos de espera para reparar esse erro. Além disso, sempre colocaram gestores despreparados tecnicamente, pois prefrem pessoas indicadas por partidos políticos. Isso não mudou.” – enfatizou Graziela.

O vereador da capital Jonas Reis (PT) destacou que a persistência das jornadas de trabalho com carga horárias distintas, isto é, 180 horas e 220 horas, estimula a desigualdade entre categorias, inclusive a desigualdade salarial. Jonas reforçou a importância de realizar novos concursos públicos para a Higienização e para a saúde em geral.

Fernanda Melchionna incentivou a mobilização dos trabalhadores, convidando todas e todos para continuar o protesto em Brasília:

-“Vocês estão certos em não querer mais esperar. No governo Bolsonaro, nós não tínhamos nenhum canal de diálogo. Agora, é hora de reverter situações como essa. Não importa que o governo atual tem só sete meses, sete meses é tempo suficiente. O que importa é que a luta de vocês tem oito anos. É hora de fortalecer essa luta, para não ficarmos esperando mais oito anos” – disse a deputada federal.

A procuradora do Ministério Público do Trabalho, Priscilla Schvarcz, participou da audiência de forma virtual e se colocou à disposição do grupo de trabalhadores(as), inclusive solicitando acesso ao relatório elaborado pelos próprios higienizadores em 2015.


-“A necessidade de redimensionamento existe há muitos anos. Entre os pedidos de afastamento no GHC, 10% são dos higienizadores. São a segunda categoria que mais necessita se afastar, atrás apenas de técnicos de enfermagem. Há também o alto número de Comunicação de Acidentes de Trabalho (CATs).”

O trabalhador André Almeida e o diretor da ASERGHC e Sindisaúde-RS, Valmor Guedes, entregaram aos parlamentares uma cópia do relatório sobre a situação da Higienização, elaborado em dezembro de 2015, ano em que o setor foi desterceirizado pelo GHC, porém, com a carga horária de 220 horas mensais.

“Nós higienizamos todas as superfícies hospitalares. Uma infecção pode matar um paciente. O nosso trabalho é importante” – afirmou André.

Valmor fez uma analogia para demonstrar a perseguição contra a categoria:

“Foi colocada uma lupa em cima da higienização do GHC. Para observar o cumprimento de todas as regras do regulamento pessoal. A compreensão com os funcionários mais antigos não existe para com os higienizadores. A gestão persegue para gerar demissões e amedrontar a categoria. Nós entregamos esse relatório para a gestão em dezembro de 2015. Pois bem, nos primeiros meses de 2016, já somávamos mais de 30 trabalhadores da higienização demitidos. É a brincadeira de mirar uma formiga sob o sol com uma lupa. É uma covardia.” – disse Valmor.

Valmor também enfatizou que a portaria do governo federal, na gestão Bolsonaro, que impede a contratação de novos servidores por 18 meses, pode ser revertida com vontade política do novo mandato. Sobre o dimensionamento do quadro pessoal, Valmor afirma que o relatório de dimensionamento do Grupo leva em conta os trabalhadores Auxiliares Gerais, o que infla o número de profissionais dedicados à higienização do hospital em geral. Logo, o redimensionamento adequado precisa ser acompanhado por uma comissão de trabalhadores da própria higienização, a fim de reparar os equívocos.

Ao final da audiência, a deputada Fernanda Melchionna propôs a realização de uma audiência pública em Brasília, que convoque os gestores do GHC, do governo federal, e que conte com representantes da Higienização para debater e destravar o tema das 180 horas.

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