Cozinha Solidária da Azenha: um exemplo de resistência e solidariedade em tempos de apagão das políticas públicas - Aserghc

Cozinha Solidária da Azenha: um exemplo de resistência e solidariedade em tempos de apagão das políticas públicas

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A Cozinha Solidária, coordenada pelo Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST), com apoio de diversos movimentos sociais, associações como a ASERGHC, sindicatos, coletivos de juventude, parlamentares e ativistas independentes, completa hoje 18 dias de resistência. Pela manhã, o local foi desocupado.

Fundada na avenida Azenha, a cozinha distribuiu em média 200 refeições por dia para pessoas que começam seu dia com pouca ou nenhuma condição de garantir sua própria alimentação, em uma cidade em que há mais de 160 mil pessoas em situação de vulnerabilidade social.

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Ao ocupar um espaço completamente abandonado pela União, a Cozinha Solidária trouxe visibilidade para um problema coletivo urgente: a fome generalizada. Essa realidade, na prática, tem início na desigualdade social e na ausência de políticas públicas que pensem a sociedade a partir da perspectiva da população que tem os piores empregos, que moram nos territórios mais distantes dos centros econômicos urbanos, que não tem fonte de renda ou que esta renda não acompanha a inflação do custo de vida. A fome no Brasil tem classe e raça. Além disso, discute sobre a disputa pela cidade para todas e todos, quando ocupam um espaço público que não vinha cumprindo nenhuma função social, dando um sentido a partir das necessidades da população.

Até mesmo o governo estadual do RS reconheceu a importância da Cozinha Solidária como referência para amenizar o problema urgente que é a fome na cidade, e assim se abriu a possibilidade de manter a estrutura, mesmo que em outro local. Mesmo assim, a Justiça Federal manteve a decisão de retirar a cozinha do terreno abandonado na avenida Azenha, um lugar que pertence à União, com a justificativa que o terreno irá a leilão, questão que nos mostra que os interesses de caráter privado sobrepõem os interesses da maioria da população.

A retirada da cozinha ocorreu hoje, 13 de outubro, e mesmo diante de tamanha violência, o MTST, juntamente aos apoiadores, seguirá produzindo marmitas e distribuindo na mesma região em que se alocava a Cozinha Solidária. A insegurança alimentar não acaba com o despejo, e reforça a necessidade de seguir com a ação com solidariedade de classe e firmeza na luta contra a fome. A  ASERGHC seguirá manifestando total apoio à iniciativa e prestando solidariedade ativa junto aos movimentos que apoiam a Cozinha Solidária.

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