Direto do Piquete: Guarda da Chama de 2023 com registro histórico para o tradicionalismo - Aserghc

Direto do Piquete: Guarda da Chama de 2023 com registro histórico para o tradicionalismo

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Confira o relato do piquete Chama Nativa sobre a Guarda da Chama de 2023. Viva as mulheres gaúchas!

Nesta segunda-feira (9), o Piquete Chama Nativa efetivou o seu compromisso com a Chama Crioula, realizando a sua guarda durante 40 minutos, cujo tempo, entretanto, eternizou-se com o ato de posicionar, na guarda, um casal formado por duas mulheres que já estão unidas pelo companheirismo, amor e respeito.

Mariane Silva e Alessandra Correa vivem juntas há 14 anos; elas são mães e avós dos filhos Julia, de 22 anos, e Jordhan, 13 anos, e o neto Murilo, com 2 anos e meio, e logo em novembro já está programada a vinda da Melissa.

Família unida e frequentadora do Chama Nativa, esse ano receberam o convite para representar a entidade neste ato simbólico e muito representativo por serem as pioneiras a representar a diversidade de gênero dentro do Movimento Tradicionalista, o qual, nos últimos anos, tem avançado na conquista de espaço e representação, citando como exemplo a coordenadora dos Festejos Estaduais Gabriella Meindrad, que com sua capacidade assumiu os Festejos Estaduais e Liliana Cardoso, que comanda os Festejos em Porto Alegre. Cargos que há muito tempo eram ocupados somente por homens e que hoje ao assumir essas funções, elas são respeitadas e admiradas pelo trabalho que executam e valorizadas por suas trajetórias dentro do próprio Movimento.

“Eu no inicio, imaginei que seria uma eternidade, mas a emoção de estar ali representando a mulher negra, a religiosidade e a diversidade na prática de forma presencial, com as pessoas passando e fazendo o registro daquele momento, fez com que o tempo parasse, foi muito gratificante viver esse momento que ficará registrado eternamente para mim e para minha família”. Destacou Mariane, proprietária de uma empresa de Marketing e Propaganda na área de tecnologia, e que tem o nome de OLOBEDE MKT e Propaganda, que também é uma homenagem ao lanceiro guerreiro que, para a matriz africana, representa o orixá Ogum.

A secretária executiva Alessandra destaca que em um primeiro momento não aceitou o convite com receio do preconceito e de que, durante esses anos que estão casadas, elas nunca tiverem a sua intimidade exposta, exceto religiosamente, por serem Yalorixás, mas refletiu profundamente e compreendeu que o seu sim é também um grito de liberdade e um sim para a vida, já que esteve hospitalizada com complicações sérias de saúde e após sua internação passou a ver a vida de outra forma, com o propósito de não mais omitir-se. “Entendo que represento uma causa muito importante para a sociedade. Além disso, destaco que um casal do mesmo sexo, não impede ou interfere na formação dos filhos e no convívio em sociedade porque fizemos isso naturalmente com respeito, companheirismo promovendo inclusive nosso crescimento pessoal”, referiu Alessandra.

O cuidado com a indumentária, a valorização da face da mulher, os punhos cerrados (consciente da causa que elas representam), os lenços Branco e Vermelho a meia espalda, simbolizando Chimangos e Maragatos, denominação surgida em 23 e as tarjas pretas nos braços em homenagem as vitimam da maior tragédia climática da história do Rio Grande do Sul, eternizou este momento de reverencia ao passado e a história de lutas de nosso Estado, trazendo para o presente contextos atuais e que nos levam a refletir e pensar no que queremos do futuro como sociedade e como provedores de conceito e cultura.

O convite para a Marine e Alessandra faz parte do Projeto Cultural de 2023 “Mulheres, suas Revoluções e Conquistas”, que será apresentado no lote 30, dia 16 de setembro, às 10hs, onde será explanado com profundidade todo esse contexto do período Revolucionário de 1923, trazendo para a atualidade toda essa discussão de inclusão social e diversidade.

Por isso o Departamento Cultural do Chama Nativa escolheu, de forma inédita, no Parque da Harmonia, o casal formado por duas mulheres para serem as guardiãs da Chama Crioula, que nesta data, no seu pioneirismo, saem do anonimato e escrevem uma das mais belas histórias do Movimento Tradicionalista, que passa também por um processo de quebra de paradigmas, consciente que essa ocupação de espaços, antes somente ocupados por sua maioria de homens, não altera a essência cultural do movimento. Pelo contrário, essas atitudes incluem parte da sociedade que há muito tempo foi excluída e renegada por alguns, e que hoje está ocupando um espaço que deveria ser natural. Isso faz parte da construção de um processo evolutivo, de respeito e revolucionário, afinal continuamos, após cem anos da revolução 23 e de tantas outras que a antecederam, em pleno combate, agora não pegando em armas, mas usando do nosso conhecimento e capacidade de argumentos, para no campo das ideias, avançar e propor algumas mudanças para o bem coletivo de todos e em prol da propagação da nossa cultura.

Márcio Barros / Paloma Dias / Marcia Leal / Fabrício Marquezin.

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