Trabalhadores fazem dia de luta no Hospital Conceição

Em busca de reajuste do Vale-Alimentação, que integra o Acordo Coletivo de Trabalho em discussão com o GHC, a ASERGHC e o Sindisaúde-RS coordenaram um dia de mobilização dos trabalhadores no pátio do Hospital Nossa Senhora da Conceição. A manifestação contou com o apoio de outros sindicatos da saúde como Sergs, Sinditest RS, Sinttargs, Sindifars, Sasers, Sinurgs, Sipergs e Soergs.

A reposição da inflação no VA tem sido uma das principais reivindicações da categoria nos últimos anos, pois seu valor não é reajustado desde 2017. A luta neste ano é para que o valor de R$ 734,28 seja implementado, para corresponder ao preço de uma cesta básica em Porto Alegre – segundo divulgado pelo DIEESE. A ASERGHC e os sindicatos chamam atenção para o fato de 16 das 18 empresas estatais, subordinadas ao Tesouro Nacional, terem VA com valor superior ao pago pelo GHC.

Na negociação do ACT, os trabalhadores também reivindicam previdência complementar e plano de saúde complementar, como parte da campanha por valorização da Saúde do Trabalhador, assim como a recomposição deste setor desmantelado durante a pandemia . O protesto reuniu trabalhadores de diversas categorias, que denunciaram a jornada exaustiva de trabalho diante do quadro pessoal defasado e o adoecimento generalizado entre os profissionais que tem também causado o aumento de afastamentos. Muitos trabalhadores denunciaram a dificuldade de receber assistência médica, pois não podem ser atendidos na emergência do HNSC e na UPA chegam a aguardar mais de 12 horas até o atendimento médico.

O ato foi até o prédio administrativo, onde o diretor presidente Claudio Oliveira recebeu a categoria para responder à pauta do movimento. Um dos principais questionamentos é a proposta de Plano de Empregos, Cargos e Salários apresentado pelo GHC à SEST, que até hoje não foi divulgada entre a base de trabalhadores. A ASERGHC e o Sindisaúde-RS cobraram novamente o acesso público ao documento.

Sobre o VA, o diretor comprometeu-se a incluir o reajuste na proposta a ser enviada para a Lei de Diretrizes Orçamentárias, após as eleições gerais, afirmando que há chances remotas de concretizar o reajuste. Oliveira também destacou que a defasagem do quadro deve piorar devido ao desligamento dos mais de 1.500 trabalhadores temporários contratados durante a pandemia. A regulamentação do Banco de Remanejo noturno, que aguarda a aprovação da SEST há meses, deve ser pauta de nova reunião entre a gestão do Grupo e a Secretaria nas próximas semanas.

Na próxima sexta-feira, 29 de abril, a partir das 13h30, deve ocorrer nova reunião entre os trabalhadores e a diretoria no auditório do Hospital Cristo Redentor para continuar a discussão sobre as situações de assédio moral, recorrentes principalmente na Higienização.