Setembro Amarelo: Saúde mental do povo preto e equidade racial no SUS - Aserghc

Setembro Amarelo: Saúde mental do povo preto e equidade racial no SUS

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Coletivo Raça, Gênero e Diversidade e convidados no lançamento da Cartilha da Diversidade Sexual da ASERGHC, em agosto de 2018. Foto: Comunicação ASERGHC

É necessário falarmos da equidade racial nos serviços do SUS e a saúde mental do povo preto.

A Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN) foi criada em 2009 e tem como objetivo o reconhecimento do racismo, das desigualdades étnico-raciais e do racismo institucional como base sociais das condições de saúde, que visa à promoção da equidade em saúde.

Muitas vezes, quando as pessoas negras falam sobre racismo e sofrimento psíquico, denunciam situações vivenciadas, elas são subestimadas, individualizadas, ou até mesmo culpabilizadas, com o tema sendo tratado como algo pontual e de pouca importância. Existe uma grande dificuldade de se falar abertamente sobre o racismo, contribuindo para o silenciamento em torno da questão e, consequentemente, impactando na saúde mental da população negra.

O ministério da saúde publicou uma pesquisa em 2018 que revelou que jovens pretos do sexo masculino entre 10 e 29 anos são os que correm o maior risco de morrer por suicídio. A probabilidade de suicídio nesse grupo é 45% maior do que entre jovens brancos na mesma faixa etária. Isso evidencia que o sofrimento psíquico é também determinado pelo racismo estrutural.

O Brasil é o país com maior prevalência de ansiedade no mundo e o segundo nas Américas quando o tema é depressão, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

O racismo tem grande influência no que se refere à depressão, pois muitos jovens pretos adquirem traumas e estresse psicológico que são decorrentes da violência e que se acumulam por anos. Violência que ocorre nas escolas, pela perseguição no comércio, nas abordagens truculentas da polícia, nas quais são espancados mesmo sem reagir e até com ofensas à sua identidade cultural, como o desrespeito ao cabelo. São exemplos do estresse crônico e cotidiano que afeta milhares de jovens e pessoas negras no país.

É urgente cuidar da saúde mental da população negra brasileira. Saúde mental é direito à vida, com dignidade e respeito às singularidades, com acesso à bens e serviços, à segurança alimentar, sanitária e física. É direito e respeito à pluralidade étnico-racial, para que ninguém seja inferiorizado e/ou criminalizado!

A ASERGHC soma-se a voz coletiva que as Vidas Negras Importam, que precisamos assumir uma postura antirracista e de uma política de promoção da igualdade racial, bem-estar e qualidade de vida para a população preta, como forma de enfrentamento e prevenção ao suicídio, em defesa da vida.

Para entendermos mais sobre o que afeta a saúde mental da população preta, acesse:

Saúde Mental da População Negra – Jean Fontes.

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