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29/06/2021
A Comissão Parlamentar de Investigação (CPI) que apura os indícios de negligência e equívocos do governo federal na condução da pandemia de Covid-19 teve novos desdobramentos na última semana. O depoimento do servidor de carreira Luís Ricardo Fernandes Miranda, que atua no Departamento de Logística em Saúde do Ministério da Saúde, indica que além da postura omissa no enfretamento à pandemia e a demora em investir na compra de vacinas, há evidentes rastros de corrupção na compra de uma vacina específica, a Covaxin, com o conhecimento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
O servidor Luís Ricardo Miranda afirmou à CPI que informou à Bolsonaro todos os indícios de irregularidades que percebeu dentro do Ministério da Saúde. A pressa e agilidade fora do normal para garantir a compra do imunizante indiano, tanto por parte de representantes da intermediadora Precisa Medicamentos e do laboratório fabricante Bharat Biotech, veio também através dos gestores públicos superiores de Luís Ricardo. Diante da denúncia, segundo depoimentos do servidor e de seu irmão, deputado Luís Claudio Fernando Miranda (DEM), o presidente Bolsonaro teria respondido que a questão seria assunto do deputado e líder do governo na Câmara Ricardo Barros (PP).
Ricardo Barros foi Ministro da Saúde no governo Temer, e foi recebido com protestos pelos trabalhadores do GHC em fevereiro de 2018. Atualmente, Barros ainda permanece líder do governo na Câmara de Deputados, indicando a forte influência política dos partidos do “centrão” junto à Bolsonaro.
Após denunciar as evidências de corrupção, o servidor Luís Ricardo Miranda teve seu acesso bloqueado no sistema do Ministério da Saúde. A independência política e a estabilidade garantida atualmente no funcionalismo público, ameaçada pela Reforma Administrativa, possibilitam que casos graves como esse sejam denunciados por qualquer servidor.
Protestos são convocados para esta semana e para o mês de julho
Diversos movimentos sociais, sindicatos, associações e partidos políticos se organizam em frentes amplas, como a Fora Bolsonaro e o Povo na Rua, para convocar a população a protestar contra as políticas do governo federal e por vacinação em massa. No dia 30 de junho, um novo pedido de impeachment será entregue em Brasília. No dia 1º de julho, haverá nova assembleia geral virtual dos movimentos sociais para preparar os próximos passos de mobilização.
Confira o calendário de mobilizações de Porto Alegre:
29/06 terça-feira | 17h30 na Esquina Democrática
3/07 sábado à tarde | *a confirmar horário e local em breve
13/07 terça-feira | *a confirmar horário e local
24/07 sábado | *a confirmar horário e local
