Diretoria do GHC responde sobre reivindicações da ASERGHC para atendimento de saúde para os trabalhadores
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13/09/2021Carine Fernandes e Elizete Wagner
Se o nosso conceito de saúde no SUS, implica ter acesso à moradia, educação, saneamento básico, alimentação, relações comunitárias, lazer, segurança e trabalho digno, a prevenção ao suicídio e a valorização da vida é também garantia de direitos e vida digna. O setembro amarelo é um momento importante e simbólico para valorização da vida, mas o contexto em que vivemos nos empurra para a direção contrária, pois o projeto de sociedade que é imposto à classe trabalhadora é um projeto de morte, ou como podemos chamar, de necropolítica . E como tem sido para as trabalhadoras e trabalhadores da saúde?
A pandemia tem impactado os trabalhadores da saúde, em todos os níveis de atenção – primária, secundária e terciária, respeitando as particularidades de cada um, com acúmulo de funções. Inclusive, passando mais tempo trabalhando, sem falar das formas indiretas como o deslocamento, a interação com chefias via mensagens virtuais, etc. A precarização das condições de trabalho, o esgotamento de relações democráticas dentro dos espaços de trabalho, e o aumento do assédio moral, pioram significativamente as condições materiais de sobrevivência. Não há aumento real de salário, ao passo que há um aumento do custo de vida, além de situações como o crescente desemprego de familiares.
Para as trabalhadoras e trabalhadores da saúde, o esgotamento físico e mental no trabalho vem contribuindo para um aprofundamento do sofrimento psíquico, por vezes levando a ideação suicida e situações de automutilação e mortes por suicídio. Infelizmente a crise sanitária e socioeconômica vem contribuindo e agrava-se em tempos de pandemia da covid-19. As condições impostas aos trabalhadores deixam poucas horas para atividades de lazer e de relaxamento, que minimizem os efeitos que esse contexto produz. Diariamente os trabalhadores convivem com a pressão psicológica de conciliar o pessoal com o profissional e o existencial.
E pensando na realidade do GHC, com a piora das condições de trabalho e aumento da exploração, como cuidar de quem cuida? Onde está o exercício da instituição em garantir a instância fundamental de cuidado à Saúde do Trabalhador?
A instituição GHC deixou de prestar atendimento através de pressupostos da Saúde do Trabalhador em tempos de pandemia! O que já era precário se extinguiu e a oferta que a gestão propõe não corresponde às necessidades de acolhida e adoecimento que se agravam massivamente, potencializando o sofrimento entre os trabalhadores. A ASERGHC não tolera a negligência cotidiana e a omissão de responsabilidade do GHC diante do adoecimento dos trabalhadores.
Neste Setembro Amarelo, a ASERGHC reafirma o compromisso com os trabalhadores da saúde e a luta permanente, para resistir, mas também para combater a retirada de direitos que temos sofrido. Além disso, convidamos a todas e todos a participarem nas lutas cotidianas, pois a presença em espaços coletivos é de grande importância para enfrentar o sofrimento psíquico, ao olhar para o lado e não se ver sozinho diante de tantos problemas. Essa luta é de todas e todos nós!
Carine Fernandes – diretora de Comunicação
Elizete Wagne r – diretora de Saúde do Trabalhador
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